quinta-feira, 23 de julho de 2015

Apresentação do livro "Privataria - quem ganha e quem perde com as privatizações em Portugal", em Évora.

A democracia portuguesa foi diminuída pelas privatizações. Sob os critérios europeus e o argumento da dívida, eliminou-se todo um campo de possibilidades para a iniciativa pública e para uma real autodeterminação económica. Recursos estratégicos foram transformados em fonte de renda privada.
Este livro revisita a privataria à portuguesa. Conta a história de alguns dos grandes negócios das últimas décadas, dos argumentos que fizeram caminho e dos passageiros da “porta giratória” entre ministérios, grupos privados e privatizados. Na crise, este Portugal é presa fácil para os poderes financeiros.
Privataria discute ainda a natureza da privatização enquanto pilar da ideologia neoliberal e também enquanto forma do capitalismo real, que expande sempre o império da mercadoria e se apropria de qualquer região da existência humana.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Rita Barros na Fonte de Letras, 15 de Julho, 18h.



Apresentação do livro "Bohemia, Life and Death in the Chelsea Hotel", pela autora, Rita Barros.

Quando foi construído no início dos anos 1880 o Chelsea
Association Building era o prédio mais alto e maior em Nova
Iorque. Reinventado como um hotel residencial, em 1905,
logo se tornou o lar não-oficial das artes americanas e uma
Meca profana para artistas de todo o mundo. A fotógrafa
portuguesa Rita Barros viveu no Chelsea por mais de três
décadas, ocupando o Apartamento # 1008 onde, na década
de 1960, Arthur C. Clarke escreveu 2001: Uma Odisseia no
Espaço. A vida do lugar, os seus exóticos vizinhos, e sua
própria persona são o tema de seu trabalho. Constituindo
um marco arquitectónico e cultural desde 1966, o Hotel
Chelsea foi vendido em 2011 e atualmente está a ser
esventrado por empresas imobiliárias. Em vez de assistir
impotente à sua destruição, Barros aponta a câmara para o
que está acontecer ao seu redor e documenta a queda do
Chelsea. Bohemia pode ser lido como uma parábola da vida
e da morte - uma visão nostálgica e irónica de um espaço de
liberdade e criatividade desinibida que em tempos floresceu
no meio da cidade moderna.
Este livro foi concebido por Jorge Calado para acompanhar
a exposição de fotografia com o mesmo título, que teve lugar
de 15 de setembro a 15 de novembro de 2014, na Biblioteca
de Ciências da Faculdade de Ciência e Tecnologia da
Universidade Nova de Lisboa.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Apresentação do livro Linhas Vermelhas, de José Manuel Pureza, 7 de Julho, 3ª feira, 18h.

O Portugal do próximo futuro será evidentemente um país mais pobre, resultado da redução salarial generalizada, da brutal penalização das reformas e da perda de salário indireto traduzida no esfacelamento prático das políticas de universalidade de serviços públicos essenciais como a educação, a saúde ou a segurança social. Não se trata de uma consequência entre outras e muito menos de uma espécie de efeito colateral não desejado do programa de ajustamento. Não, o empobrecimento e a penalização do trabalho foi - e é - o núcleo essencial do programa da crise-como-política concretizado em Portugal. Para a crise-como-política não há linhas vermelhas. A luta por essas linhas inultrapassáveis, sempre mais avançadas, em vista da transformação profunda dos mecanismos que as tornam necessárias, está no coração da identidade histórica da esquerda. Diante da pujança inédita da crise-como-política, ela é mais importante hoje que nunca. É dessa luta que dá conta este livro. E é nela que toma partido..