quinta-feira, 31 de julho de 2014

Fonte de Letras entre o céu e o inferno.





Em Julho carregámos o mundo, viajámos pelo céu, o mar e o inferno. Navegámos com Salina, de cabeça de grão e lágrimas de sal, para voltarmos ao lugar de sempre, o sítio onde nos sentimos em casa, os livros.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Salina.


Salina já navega. Entre histórias e poemas de espuma. Salina parte da Fonte de Letras sem ter destino traçado.
Salina é uma edição Fonte de Letras.

terça-feira, 15 de julho de 2014

O MUNDO ESTÁ NA FONTE DE LETRAS.


Quase apetece dizer: a Fonte de Letras é um mundo!
Mas preferimos partilhar a Cantiga de Amigo de Regina Guimarães.

DÉCIMA CANÇÃO DE AMIGO
A minha amiga pergunta
se volto rico colono
ou pobre colonizado
se volto coluna intacta
ou pórtico derrubado
ou colo onde nadariam
os peixes de um novo caldo.

A minha amiga pergunta
se regresso bom selvagem
ou estranho civilizado
enfiando luva branca
e chamando sumo de uva
a sangue e sal misturado
no golfo da velha vulva.

TODAS AS MANHÃS DO MUNDO NA FONTE DE LETRAS.




Samuel Santos e Sérgio Cobos na Rua 5 de Outubro. Todas as manhãs do mundo são maravilhosas quando estes dois músicos tocam em frente da Fonte de Letras.

O LIVRO DA VIDA, O LIVRO DA ILHA DESERTA, O LIVRO DE TODOS OS VERÕES. O LIVRO.

 Moderato Cantabile, de Marguerite Duras, uma edição há muito esgotada, chega agora pela grande Relógio d'Água, juntamente com Olhos Azuis Cabelos Pretos. Ficamos a aguardar Chuva de Verão, India Song, e todos os outros há muito desaparecidos.

Da contracapa:
«— O que quer dizer moderato cantabile?
— Não sei.»
Uma lição de piano, uma criança teimosa, uma mãe que ama o filho, não há expressão mais autêntica da vida tranquila numa cidade da província. Mas um súbito grito vem rasgar a trama, revelando sob a contenção de uma narrativa de aparência clássica uma tensão que vai crescendo até ao paroxismo final.

«Porque é que o grito súbito de uma desconhecida e a visão do seu corpo ensanguentado perturbaram de tal modo Anne Desbaresdes, que é uma mulher jovem e rica, ligada apenas ao seu filho? Porque é que voltou ao café do porto, onde o cadáver da desconhecida desabara ao cair do dia? Porque é que interroga um outro desconhecido, Chauvin, uma testemunha como ela? Uma estranha embriaguez apodera-se dela, os copos de vinho que pede, e que bebe lentamente, são apenas pretextos. Volta todos os dias ao local do crime que outra pessoa cometeu e de cada vez interroga mais, fala um pouco mais longamente.»
Dominique Aury

«"Moderato Cantabile" poderia definir-se como sendo "Madame Bovary" reescrito por Béla Bartók, se não se tratasse, antes de mais, de um romance de Marguerite Duras (que não se parece com ninguém) e do seu melhor livro (o que é dizer muito).»
Claude Roy