terça-feira, 15 de julho de 2014

O LIVRO DA VIDA, O LIVRO DA ILHA DESERTA, O LIVRO DE TODOS OS VERÕES. O LIVRO.

 Moderato Cantabile, de Marguerite Duras, uma edição há muito esgotada, chega agora pela grande Relógio d'Água, juntamente com Olhos Azuis Cabelos Pretos. Ficamos a aguardar Chuva de Verão, India Song, e todos os outros há muito desaparecidos.

Da contracapa:
«— O que quer dizer moderato cantabile?
— Não sei.»
Uma lição de piano, uma criança teimosa, uma mãe que ama o filho, não há expressão mais autêntica da vida tranquila numa cidade da província. Mas um súbito grito vem rasgar a trama, revelando sob a contenção de uma narrativa de aparência clássica uma tensão que vai crescendo até ao paroxismo final.

«Porque é que o grito súbito de uma desconhecida e a visão do seu corpo ensanguentado perturbaram de tal modo Anne Desbaresdes, que é uma mulher jovem e rica, ligada apenas ao seu filho? Porque é que voltou ao café do porto, onde o cadáver da desconhecida desabara ao cair do dia? Porque é que interroga um outro desconhecido, Chauvin, uma testemunha como ela? Uma estranha embriaguez apodera-se dela, os copos de vinho que pede, e que bebe lentamente, são apenas pretextos. Volta todos os dias ao local do crime que outra pessoa cometeu e de cada vez interroga mais, fala um pouco mais longamente.»
Dominique Aury

«"Moderato Cantabile" poderia definir-se como sendo "Madame Bovary" reescrito por Béla Bartók, se não se tratasse, antes de mais, de um romance de Marguerite Duras (que não se parece com ninguém) e do seu melhor livro (o que é dizer muito).»
Claude Roy